Artigo postado no Portal da Cidade: Canoinhas

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Nesta coluna normalmente o leitor espera encontrar visões sobre negócios, debates sobre notícias econômicas ou temas técnicos das finanças. E ele está certo, esse é o grande objetivo. Porém, como na estória dos lenhadores, um velho e o outro jovem, em que o mais velho, mesmo mais lento, consegue cortar mais lenha que o novo; isso porque parava várias vezes para afiar seu machado, as pessoas precisam “afiar seu machado”. Parar, refletir, conversar, desabafar. Talvez essa leitura seja esse momento.

Rotina. Substantivo feminino que significa: realizar algo sempre da mesma forma, e que assombra os profissionais de todas as áreas. Cada vez mais as pessoas estão no piloto automático. Começam o dia, trabalham, cuidam dos filhos, estudam, leem um livro que não agrega nada, ou assistem sua série favorita, dormem. BOOM! Começa outra vez.

E o mais grave no século XXI é que essa rotina, esse “piloto automático”, não anda “de boa”. Atinge 200 km/h.

Hoje cedo lembrei da frase de uma senhorinha, que não está mais entre nós a 6 anos, mas que tinha uma energia e vontade de viver de dar inveja a qualquer moleque de 20 anos. Ela afirmava: Aproveite o que você tem, agora! E fazia um sinal de amém com as duas mãos juntas. Essa sabedoria simples, de uma agricultora, nunca se fez tão verdade na atualidade. Ela não estava dizendo para sermos imediatistas, não planejar o futuro ou não fazer reservas financeiras. Ela simplesmente dizia para se fazer presente no momento. Desde sentir o prazer em comer uma bela refeição, ou sentir o cafuné do seu amado. Sem conexões de wi-fi interferindo nesse momento.

Estamos sempre com a cabeça no próximo movimento. Percebam. Ninguém fala do agora, porque é atrasado, velho, ridículo! Em economia estamos num frenesi tentando adivinhar o que irá acontecer, e quando acertamos, bancamos de sabe tudo! A onda do momento é estar na frente de todos. Nada contra pensar no futuro, isso é o capítulo I do livro “INTRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO”, mas o problema é que queremos tanto antecipar os fatos que ultrapassamos nós mesmos.

Correndo o risco de parecer autoajuda, mas focando na psicologia organizacional, precisamos de momentos de relações. Pausas no dia em que ficamos em silêncio, sem pensar em nada. Só conosco. E momentos que precisamos ouvir os que estão próximos. Se concentrar, se dedicar. E acima de tudo, curtir a conversa.

Sinto falta do tempo em que comia “mimosa” em cima do paiol da vó simplesmente ouvindo o mundo, ou com os amigos conversando qualquer coisa. Um tempo sem internet. Que vivíamos o mundo real. Esse tempo não volta, e nem precisa. Nós podemos fazer esses pequenos momentos de paz e curtir sem ser um “like no face”.

Se organize, encontre o seu momento e, acima de tudo, aproveite…