Perspectivas econômicas 2022
Artigo postado no Portal da Cidade: Canoinhas
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“Então é natal, e o que você fez? O ano termina. E nasce outra vez”. Ouvindo o refrão da famosa canção interpretada por Simone, nos faz lembrar de festejo, fim e reinício de um ciclo.
Esse sentimento popular, é descarregado na economia que absorve esse movimento mundial de comemorar e presentear. O varejo é o setor que mais reage a estes sentimentos, se preparando muito antes de ouvirmos a canção em alguma rádio ou loja.
A importância dessa data é tamanha, que muitas empresas iniciam suas preparações em meados de Junho. Segundo o site de notícias da Terra (24 de novembro de 2021), normalmente a movimentação da economia no último trimestre tem desdobramentos no começo do ano seguinte. Se o fim de ano é bom de vendas, gera contratações que perduram no início do outro ano.
Mas afinal, 2021 é um ano normal? Os planejadores e estrategistas empresariais brasileiros, podem se basear suas ações no histórico de fins de ano passados? A resposta é óbvia que não.
A pandemia já dura a quase dois anos, e seus reflexos econômicos atingiram em cheio o mercado no ano de 2021. Na região do planalto norte catarinense, em levantamento com alguns varejistas, é perceptível um consumo mais moderado por parte dos clientes, o que acarreta em vendas abaixo das metas. Parte pelo cenário de incertezas em 2022, redução no poder de compra, e também a vontade de viajar. Sim, é um fator que está afetando a decisão de consumo de diversas pessoas. Como em 2020/21 não foi possível fazer as viagens de férias devido ao agravamento da pandemia, as férias 2021/22 estão sendo as férias das viagens.
Quanto ao cenário econômico, as empresas precisam considerar os fatores sistemáticos para planejar o 2022. Alguns dados importantes e seu possível impacto no negócio.
Tabela 1: Índices e seus impactos nos negócios em 2022
Índice | Atualização | Projeção para início de 2022 | Impactos nos negócios |
SELIC | 7,75% | 9,25% | Crédito bancário mais elevado. Exigência pelo retorno da empresa sobe em decorrência do aumento do retorno de títulos públicos. |
IPCA | 10,67% | 11% | Redução no poder de consumo devido comprometimento da renda da população com itens mais básicos. Aumento nos custos de produção e operação. |
CDI | 3,79% | 3,9% | Aplicação em renda fixa, atrelada ao CDI, não cobre a inflação. Rever políticas de aplicação do colchão de liquidez da empresa. |
US$ | 5,69 | indeterminado | Custos de produção maiores. Inibe viagens internacionais o que seria uma oportunidade para empresas nacionais do setor. |
Fonte: Banco Central do Brasil / Status Invest (acesso em 07/12/21)
Além destes índices pressionarem as ações, ainda o mundo vive à sombra da COVID-19. Novas cepas, risco de nova onda de contaminações e lockdowns estão no radar das empresas e governantes.
Outro fator de incerteza para 2022 é o ano político. Uma extrema polarização tomou conta dos debates nacionais, o que traz maiores incertezas. As duas principais vertentes políticas possuem posicionamentos econômicos extremamente diferentes, o que afeta diretamente na estratégia de longo prazo, principalmente quanto a investimentos.
O que cabe ressaltar é a postura de cautela que o empresário precisa ter. O que está afetando os negócios em cheio são questões sistemáticas, ocasionada pela crise do COVID. Os fatores de produção se desregularam afetando todas as cadeias. A empresa nesse momento deve ter uma boa liquidez, controle de custos e uma análise diária do mercado e concorrentes, acompanhando altas, reajustes dentre outros movimentos que garantam a margem e a competitividade. 2022, o desafio está lançado!
Fontes: